quinta-feira, 18 de junho de 2009

A angústia e a morte.

Ela estava namorando um rapaz bem simpático. Desses que, embora com a falta de futuro prenunciada pelos pais, tem um lindo sorriso e um papo agradável.

Mas ela queria mais. Queria um romance. Um romance de filme. De forma que mantinha os olhos bem abertos, embora vivesse momentos de alegria ao lado do rapaz.

Os anos foram se passando e nada acontecia, mas o rapaz falou em casamento. E agora?

Aceitou casar-se para não perder o rapaz, mas os olhos continuaram abertos.

Até que, em meio à melancolia de uma vida tranquila e sem-graça, ela conheceu o homem dos sonhos.

Bonito, sério, tenso e cheio de charme.

Ela afastou o bom rapaz e ficou com o charme.

Casaram-se. Tiveram dois filhos, o mais velho é a cara dele. Mas nada era de filme.

Ela pede, quase implora para que ele dê graça à sua vida e ele promete, mas esquece no dia seguinte.

E os filhos vão crescendo, o charme vai sumindo, a esperança acabando, e a morte chegando.

Porque o futuro é sempre igual, só mudam os personagens.